Cecília Meireles
terça-feira, 6 de agosto de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Como foi a vida da cecília meireles
Cecília Meireles
*
: vida e obra
Nelly Novaes Coelho
Universidade de São Paulo
Uma grande voz feminina da Poesia Brasileira, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu
no Rio de Janeiro, em 07.11.1901. Faleceu em 09.11.1964, vitimada pelo câncer. Órfã de mãe e
pai, desde muito nova foi criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides, nascida em São
Miguel (Açores).
Inteligência alerta, desde menina foi atraída pelos estudos e leituras. Formou-se na Escola
Normal do Rio de Janeiro (1917) e ingressou no magistério. Estudou canto e violino no
Conservatório Nacional de Música. Dedicou-se também ao estudo de línguas e muito cedo
começou a escrever poesia. Em 1919, estreou como poeta, com o livro Espectros, dando início
a uma carreira que levaria anos para se consolidar.
Em 1922 casa-se com o artista plástico português, Fernando Correia Dias, recémradicado no Brasil, e através de quem Cecília entrou em contato com o movimento poético em
Portugal, no início do século xx (e nele, Fernando Pessoa). Tiveram três filhas, Maria Elvira,
Maria Matilde e Maria Fernanda. A partir da publicação de Nunca mais e... (1923), Correia
Dias se torna o ilustrador dos livros de Cecília. Mas a vida de casados não era fácil, conforme
o registra, Eliane Zaguri, em Cecília Meireles (Poetas Modernos do Brasil, 1973):
...as dificuldades econômicas são grandes. Os preconceitos da época /.../ tornam ainda mais penoso
o encargo da subsistência para o artista plástico e a professora. /.../ Em 1929, Cecília apresenta a
tese “O Espírito vitorioso”, para a cátedra de Literatura da Escola Normal do Distrito Federal. A
defesa é brilhante, mas incapaz de vencer as mentes predispostas já a oferecer o cargo a quem fosse
reconhecidamente do grupo católico. Segue-se um período difícil, de perseguição mais ou menos
velada, em que durante quatro anos, por ironia e desagravo de sua capacidade pedagógica, Cecília
Meireles mantém uma página diária sobre Educação, no Diário de Notícias.
No início de 1934, designada pela Secretaria da Educação, para dirigir um Centro Infantil
a ser instalado no Pavilhão Mourisco, Cecília cria a primeira Biblioteca Infantil do Rio de
Janeiro. Correia Dias, encarregado da decoração do espaço, transforma o ambiente em uma
espécie de cidade encantada, adaptada para múltiplas atividades educativas e recreativas
oferecidas às crianças.
Nesse mesmo ano, Cecília faz sua primeira viagem ao Exterior. A convite do Governo
Português e em companhia do marido vai a Portugal e se apresenta em várias palestras e
conferências nas Universidades de Lisboa e em outras entidades. Nessa viagem, viveu um
episódio curioso: marcara um encontro com Fernando Pessoa, na Brasileira do Chiado, pois já
conhecia sua poesia e desejava conhecê-lo pessoalmente. Esperou-o durante duas horas, mas
Fernando Pessoa não apareceu. Ao voltar ao hotel, Cecília encontrou um livro do poeta, com o
pedido de desculpas pelo não-comparecimento. Motivo: o horóscopo, feito pela manhã,
indicava que ambos não deviam se encontrar. O livro era a Mensagem, que acabara de ser
publicado e também o único publicado em vida do poeta. Desse episódio, conclui-se que a
primeira pessoa a ler esse livro no Brasil, foi Cecília Meireles.
No ano seguinte a essa viagem, agravam-se as crises de depressão que acometi
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